Esta evidência precisa de ser iluminada no grande palco do entendimento que fazemos da situação política em que estamos – mergulhados uns, naufragados outros, e sobretudo lixados, todos, até mesmo os que pretendem votar no Chega. Pedro Passos Coelho já era o Chega, com aquele discurso simplista, por vezes simplório, de gestor de empresas administrando um país em outsourcing. Se não estão contentes têm bom remédio, seus piegas, lembram-se? A narrativa era esta aqui, mais coisa menos coisa. Foi o período mais horrível do meu ser português, e tive outros, bem duros, por sinal. André Ventura (nome de salva-pátrias, impregnado de evocações sebastianistas e quinto-imperialistas), antigo vereador de Loures eleito pelo PSD, deu ao Chega germinal de 2011 um nome de guerra e um caminho para ele próprio desbravar, a galope no seu cavalo de salvador, de onde raramente desce. Ainda no outro dia o vi a sair da Assembleia da República a trote. Atrás seguia, numa mula, um musculoso e tatuado escudeiro com uma bandeirola onde se podia ler que A vida é um desafio!