Isto é que vai para aqui uma choradeira

Que é que se passa com o pessoal do Porto? Chora o caudilho Jorge Nuno, presidente emérito do Futebol Clube. E chora o treinador baba e ranho na testa desse inesquecível passado glorioso.

Chora a Macaca, vice dos Super-Mamões (que até pode ter nascido gaja, mas que a arriar e a dizer caralhadas mostra ter muito pêlo na venta). E chora o perseguidor de jornalistas, o palavroso e invejoso e agora medroso Catão.

Chora o genro do Marco Orelhas, esse invencível pretoriano que, segundo o Ministério Público, mandou o filho lavar a sua honra, à facada, por via de umas pingas bem levadas em pleno estádio da Luz. E com as câmaras todas apontadas.

E também chora o candidato Pedro Nuno. Que, segundo o órgão central do FCP, o Porto Canal, afirmou a propósito — “É o meu clube. É um orgulho enorme”. Ok, está explicado.

Ora bem. Eu nasci no hemisfério Sul. Na altura era mesmo um branco-de-segunda, segundo o registo administrativo do saudoso Império Colonial. Mas, quer pai quer mãe eram do Nordeste, mais precisamente do distrito da Guarda. E ambos me ensinaram que os homens não choram. Com a idade percebi que, mesmo depois de ultrapassar a dolorosa infância, os homens continuam a chorar. Como o caralho. Porém, nunca em público. Sobretudo na televisão.

Por falar nisso, o candidato Luís Esteves, apesar de ser igualmente um fervoroso adepto do referido, esse ainda não chorou em público. Que eu saiba. Mas vai chorar. Se não for antes, do dia 10 de Março não passa. Se de alegria, se de tristeza, isso gostaríamos todos nós de saber.

Por fim, não sendo propriamente um adepto, já que diz não ir muito à bola, o Céguinho da Inbicta foi chorar-se à SPA por causa da apropriação indevida, pela campanha do partido da megafonista, do seu verso definitivo sobre a obstipação — fazer ou não fazer, eis a questão. Cum canudo, já é choradeira a mais. E por uma questão de merda caprina, ainda por cima.

Agora pensem comigo — imaginam o grande homem do norte José Maria Pedroto a chorar, em directo? É que nem morto, carago.

PROVEDOR DO OTÁRIO — V Série — 170